sexta-feira, 26 de agosto de 2011


Perdi, e digo: sei aonde perdi – e não tenho coragem de voltar pra buscar.

É que eu perdi; aí, ganhei de novo. Mas perdi, mais uma vez.
Eu perdi duas vezes, no mesmo lugar.
Eu perdi muito tempo. Não, eu não perdi; Eu estou perdendo muito tempo.
Eu perdi as palavras. Na verdade, estou repleto delas. Não tenho é coragem pra falar.
Eu perdi o sono. Ah, esse eu nem quero mais.
Eu perdi uma porção de camisetas das minhas bandas preferidas.
Eu perdi a razão, perdi a vergonha, perdi meu isqueiro, perdi minha coragem.
Perdi minha coragem, merda.
A: Vamos?
B: Agora?
A: Então deixa…
B: PORRA, você não tem paciência!
A: Tenho, até demais.
B: Eu não tenho paciência com você.
A: Eu tenho medo de várias coisas.
B: Inclusive de você.
A: Me diz alguma coisa boa?
B: O quê?
A: Nada, esquece.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

ㅤㅤㅤㅤㅤ Eu caminho.

Ás vezes sozinho, ás vezes acompanhado. São trilhas cuidadosamente abertas nesse campo de gramados altos. Por vezes te vejo seguindo rumos distantes dos meus, mas vejo a ponta da tua cabeça, ao longe, me tranquilizando, por estares logo ali. Observo tuas escolhas e jamais me oponho a nenhuma delas, mas comemoro quando elas levam o teu caminho de encontro ao meu, mesmo que por segundos.
Minhas mãos ocupam meus bolsos para que tu não tenhas tentação de te deixar levar por elas. Minhas mãos vão te levar por caminhos que tu não vais gostar de percorrer. É que eu me vou por lamaçais, manguezais e, por inúmeras vezes, já me perdi em florestas das mais altas sequóias, de ramos tão frondosos a ponto de fazerem com que os raios de sol desistam de mergulhar no chão. E eu preciso de duas mãos pra escalar todas essas montanhas que se aproximam ao norte
Desses cumes posso te ver caminhando, por muitas vezes de mãos dadas com outros passantes, nem que seja só pra pedir informação. É tudo tão triste, quando visto daqui de cima... são tantas almas solitárias de mãos cerradas, são tantas pegadas apressadas de gente que não sabe aonde quer chegar, tanto desespero nessa procura cega pelo que não se sabe o que é, mas que tanto se quer, que eu fico pensando se vale a pena voltar.
Talvez tu nunca venhas a entender, mas eu já estou acostumado com a minha condição de incompreendido. É que tu não sabes como é frio o lugar de onde eu venho. É que tu não sabe como dóem esses pontos ainda não-cicatrizados. É que não se passa pela tua cabeça que, toda vez em que abro meus braços, sinto esses pontos hesitando em permanecerem fechados, sinto as costuras esgaçadas, sinto o ar que faz arder minhas entranhas, sinto a dor de afogar de novo naquele mar salgado que por tanto tempo me privou de cravar os pés em terra firme. E hoje eu tenho um medo enorme do mar.
É quase manhã, traz frio, e não há sol que seja capaz de derreter todo esse gelo antes da noite chegar.
L.S

sexta-feira, 8 de abril de 2011


 Não tenho planos, mas sim sonhos. Não bebo, injeto. Não choro pouco, tenho crises. Não falo alto, eu grito! Não sou chata, sou histérica. Não sou louca, sou neurótica. Não escrevo palavras, escrevo minhas veias. Não sou slut , sou bitch. Amo e odeio a dor. fujo; mas ela sempre me encontra. Metrôs... station to station. Bahnhof zoo, bahnhof dos sonhos, espero por ele... pinto as unhas de vermelho. Volto pra casa sem dizer adeus... galeria dos sonhos. Cigarros de cravo. VALIUM. ESTRELAS. SEXTA-FEIRA. ÁLCOOL. SERINGAS. Amarrar o braço, veia, lua, medo? A morte não é suficiente. DROGAS!

sexta-feira, 11 de março de 2011

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤDor.



Não existem palavras, línguas, gestos ou mesmo pensamentos que possam expressar a dor da perda. Ela é tão profundamente dolorida e fere a alma com esmero desmedido, cortando lenta e dolorosamente com o lado cego da faca.
A dor é fenomenal, incrívelmente dor, extraordinariamente dor, fatalmente dor. É dor, dor, dor, somente dor. E não cede, não acalma, não dá trégua.
A dor da perda não tem som, não tem voz, e invade o âmago do ser silenciosa e cruelmente fazendo doer e adoecer o corpo. Massacra a alma a tal ponto de tudo ao redor perder o sentido. Tudo. Tudo perder o sentido e o brilho da vida.
Os olhos olham mas nada vêem, os ouvidos ouvem sem nada ouvir, os braços caem sem sentir qualquer amparo, qualquer sussurro de compreenssão, de entendimento. Somente o gosto do sangue da dor é percebido no fundo do coração que sangra, falece e se afunda no fundo da terra, do pó.
E tudo vira dor profunda e cortante como o fio de uma navalha. Os sentidos perdem a razão de ser. Esquecidos de tudo e de todos, menos da dor que rasga, dói e arranha o coração até o sangue jorrar em lágrimas profusas e gritos inaudíveis.
Faz desejar a morte e buscar o fim de tudo, inclusive de si mesmo, para calar... a dor.
Não existem palavras que definam a intensidade da dor da perda. Ela é tão incrivelmente dor que perdemos a definição e a expressão do que sentimos. Nada mais importa. Nada. A dor da perda é pesada demais.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011






Tem só uma coisa que eu queria dizer pra vocês antes de ir embora: A gente fala esse monte de loucura, fala palavrão pra caramba, passa toda a nossa rebeldia, a nossa atitude, o que a gente acredita… O fato de eu ter tatuado em mim, no meu braço, “Marginal”, não quer dizer que eu sou um marginal que faz várias fita, que a assalta os outros não. Quer dizer que eu tô a margem, de muita coisa que eu acho que é hipócrita, que é mentirosa, tá ligado, eu tô a margem da inveja, eu tô a margem da revolta ruim, tá ligado. Porque eu fiz da minha vida, uma vida de trabalho, de batalha. E nela, tá ligado, o meu sonho se fez, e se fundiu. Graças a vocês, mas a gente batalhou muito pra chegar aonde a gente tá. Só que tudo isso que a gente tem, tá ligado, sem uma consciência que a gente adiquiriu, hoje não era nada. Porque eu, hoje, eu tenho uma coisa que talvez vocês não tenham. Que é uma banda de sucesso, é uma vida louca, de cada dia tá num lugar, de aparecer na televisão, de tocar no rádio. Só que muitos de vocês tem uma coisa que eu não tenho. Que é o pai de vocês, tá ligado. Meu pai se foi faz dois anos, e até hoje eu não consigo entender porquê. Então, se você tem pai, se você tem mãe, se você tem uma casa, se você tem uma comida na mesa, se tem uma cama limpinha, quentinha, se você tem saúde, se você enxerga, se você escuta, se você se supera, se você erra e aprende com o seu erro, AÍ VOCÊ É FELIZ, AÍ VOCÊ TEM TUDO! Porque dinheiro e sucesso não compra tudo não. O dinheiro compra muita gente, mas não compra tudo não, tá ligado. Então quero que vocês entendam, que o melhor que a gente pode ter na vida são as coisas básicas: é a nossa saúde, é a familia, é o amigo, é o amor, é o lugar pra viver, tá ligado, é ter no que acreditar, é viver em função de um sonho. Eu tenho uma alma, que é feita de sonhos.
              Alexandre M. Abrão 

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

É triste saber que um dia vou ver você passar e não sentir cada milímetro do meu corpo arder e enjoar. É triste saber que um dia vou ouvir sua voz ou olhar seu rosto e o resto do mundo não vai desaparecer. O fim do amor é ainda mais triste do que o nosso fim. É, isso é culpa minha, por eu ter me tornado tão insensível, que nem posso mais sentir você aqui. Eu digo o que condiz, eu gosto mesmo é do estrago. Acho que o problema é comigo as pessoas me cansam, me tiram as forças a tal ponto que eu não consigo abandoná-las. Eu aprendi a odiar as pessoas, mas ainda mais a mim. Na verdade, só amamos quem não precisar de nós. O amor é o ridículo da vida.

sábado, 29 de janeiro de 2011

ㅤㅤㅤㅤㅤViver dias de sol


Não deixar que a vida passe em vão,
sem que eu possa errar também,sem que eu saiba o que fazer...
Não deixar que a vida passe sem que eu possa enlouquecer!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011





" Estou escrevendo numa tarde cinzenta, fria. Trabalho pra espantar a solidão e meus pensamentos. Perdi muito tempo com este segredo. Hoje eu assumi publicamente a doença. Dizem que gente grande faz assim. Talvez eu esteja ficando grande. Mas ainda tenho muitos medos: medo de voar, de entrar no palco, de amar, de morrer... de ser feliz. Medo de fazer análise e perder a inspiração. Ganho dinheiro cantando as minhas desgraças. Comprar uma fazenda e fazer filhos, talvez fosse uma maneira de ficar pra sempre na Terra. Porque discos arranham e quebram… As pessoas, esquecem. 
Amor,Cazuza. "

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤA ânsia


   Tão simples seria, se tivéssemos a mesma interpretação das palavras, e não somente delas, mas também dos gestos.

    Se hoje habitam, aproximadamente, sete bilhões de pessoas na Terra, quantos mais por aqui passaram e deixaram seu tempo um pouco diferente do agora!

   O fato é que a complexidade, a perfeição do homem é tamanha que faz dela própria (a perfeição) sua maior imperfeição, sem que ele mesmo se dê conta disso.

   Que coisa louca!

   Não existe nada mais completo e possível do que a natureza humana com todas as suas riquezas possíveis e imagináveis e, é claro, o contrário dessas, as quais só o tempo haverá de mostrar o quanto ali já habitavam.

   Cada comparativo que seja feito, de um para com o outro, pode mostrar inúmeras verdades que ali se estabelecem. Mas, ao mesmo tempo, faz destas mesmas verdades, uma possível mentira, criada a partir do que ele tenha somente como vontade e não por fato.

    A distância que move a verdade (até que essa se torne fato) faz, através do tempo, uma possibilidade de variações na interpretação de uma mesma coisa.

   Se esse tempo fosse único para todos, é bem provável que estaríamos à mercê do acaso que o próprio acaso seria capaz de fazer. Mesmo assim, poderia não ser o acaso o acaso dele mesmo, mas sim, o feito da verdade de todos.

   Como existem infinitos tempos para infinitas existências pessoais, ficamos tentando determinar o momento em que faremos da “nossa verdade” o “fato” para o maior número possível de pessoas, transformando, dessa forma, o tempo de cada uma num único que cubra nosso pensamento e existência, com a mesma interpretação desejada no sim da verdade.

   Enquanto nada disso acontece, ou, pelo menos, boa parte não aparece, vamos somando instantes, momentos, tempos em tempos de ânsias, supostamente chamados de “felicidade”. Cada vez que a ânsia aparece, parece que o tempo acelera e passa lento tal qual a felicidade que nunca chega.

   De todas as vezes que a felicidade não chega, na maior parte delas, quem fecha a porta (e nem sequer uma fresta deixa) é ela que ali está, a ânsia, com seu tempo (que se diz ser infinito, mas finito é) e seu jeito egoisticamente pretensiosa de mostrar ao mundo o que não deveria, mas que o faz sem saber.

   No tempo da ânsia, não existe felicidade. Quando existe felicidade, a ânsia simplesmente dá lugar à vida. Isso, se todos tivéssemos a mesma interpretação das palavras, bem como dos gestos.

Por Éverton Cunha, o Mr. Pi
Pijama Místico – Pijama Show -  01/04/2009

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

ㅤㅤㅤㅤㅤBAD LIKE ME!




- Nós não decidimos ser más em algum momento das nossas vidas. Ninguém vira uma bad girl, nós nascemos assim. E não significa que sejamos efetivamente más. Existem garotas más e garotas do mal. Somos apenas más, e isso quer dizer que podemos ser boazinhas em muitas áreas da vida. Por exemplo, jamais faríamos mal a um gatinho abandonado, na verdade nós o adotamos e mimamos muito. Não fazemos mal, mas as pessoas têm medo de nós. Porque somos grandes e assustadoras e machos de uma forma extremamente feminina. Se você for uma bad girl famosa, todos os garotos vão querer dar pra você,  mas quando virem o seu lado doce vão levar um susto porque achavam que seriam espancados.

- Quando você é uma garota má, todo mundo faz o que você quer, de um jeito ou de outro. E nós somos mais legais do que as garotas boazinhas, que são todas umas invejosas chatas porque têm energia feminina em excesso. Vocês já notaram como homens que têm energia feminina em excesso acabam virando teenagers fofoqueiras e invejosas? Pois é. Quando você é uma má garota, você é do bem. Garotas más não fazem intrigas nem inventam mentiras sobre outras pessoas, por mais que as outras pessoas façam isso com as bad girls. Irônico, não?

- Garotas más sempre são atraentes, mesmo que não sejam nada bonitas. E todas as garotas boazinhas ficam se recalcando e botando defeitos nas nossas pernas e cochichando que não temos nada demais e que não entendem o que os homens vêem em nós. Na verdade, nem eles sabem.

- Garotas más farejam gênios antes das outras garotas. Nós pegamos os homens mais legais antes, porque não nos importamos com aparência ou popularidade (não precisamos dessas bobagens) e sim com seus QI´s astronômicos e senso de humor e talento. E temos o toque de Midas: no momento em que descobrimos um cara que estava no cantinho e que ninguém tinha visto, as outras mulheres passam a desejá-los. Mas elas raramente conseguem algo, porque nossos garotos são legais e inteligentes e criteriosos. Quase sempre. Só que as boas garotas se esforçam para roubar nossos namorados, porque algumas delas são evil e querem nos ver mortas e infelizes e porque os homens são todos meio patetas e caem no papinho de santa das boas samaritanas, que sempre fodem os outros pelas costas. As bad girls comem os namorados das good girls, mas sentem-se mal e culpadas porque trair é feio. Eles fazem conosco o que eles jamais ousariam sequer pensar em fazer com elas. Desculpaí.

- Nós fazemos as coisas que todas as garotas gostariam de fazer, mas não têm culhão ou talento suficiente. E os homens babam porque temos mais talento do que eles. E quando nos largam porque são mariquinhas e não aguentam uma mulher mais foda do que eles, apenas damos o troco mostrando superioridade, como fazendo a banda dele abrir para a nossa ou até mesmo pegando uma vaga de emprego que ele queria muito. Porque garotas más não são necessariamente tatuadas e roqueiras. Existem malvadas executivas também. Bad girl é apenas algo que você é, não tem nada a ver com o que você faz ou parece. Garotos, ouçam: não dêem o pé na bunda de uma bad girl, porque algum dia você terá que voltar rastejando. E ao invés de pisar na sua cara como você obviamente mereceria, a bad girl vai estender a mão e ajudar você a levantar. E você vai sentir-se um merda.

- Garotas más amam como ninguém. São intensas e verdadeiras, mesmo que só dure um mês. Dependendo do caso, assim que o cara sai do campo de visão, é esquecido. Porque você tem que ser realmente foda para estar na cabeça de uma bad girl o tempo todo, ou até mesmo uma parte do tempo. Garotas más têm a cabeça cheia de coisas e às vezes não cabe tudo. Mas quando encontram o cara, você vai ver ali a mulher mais dedicada do universo. Do tipo que escreve o nome do amado com sangue em uma camiseta, tatua o nome do cara no braço e o ama tanto tanto tanto que dá medo. E, pasme, até pode vir a passar cuecas.

- Garotas más são quaaase vulgares, mas têm todo o potencial para ser classudas e chiquérrimas. Nós somos o que queremos ser, porque temos total controle sobre nós mesmas. Gostamos de usar lingerie sexy, saia, decotão, meia arrastão, batom vermelho e tudo mais. Somos mulheres. Mas não invente de dar uma de machista pra cima de uma bad girl, ou ela chutará a sua bunda. E também não invente de ser feminista. Achamos a Valerie Solanas o máximo, mas nos apaixonamos por homens justamente porque conseguimos ser mais macho do que eles.

- Nós nunca fingimos orgasmos. Estaríamos enganando apenas a nós mesmas. Os homens que se esforcem se querem nos ver gozar. A gente engole. A gente olha nos olhos. Somos poderosas. Você nunca vai ver uma garota malvada estagiária por muito tempo: em três meses, ela vai estar dando ordens e botando os pés e o pau na mesa. Mas você nunca vai ver ela abusando do poder, porque não precisamos abusar de nada, nunca.

- Garotas más ligam se estão afim de você. Mas só uma ou duas vezes. É a ordem natural das coisas e não forçamos para que seja assim. Você simplesmente vai ligar, acredite.

- Garotas más são sinceras. Sempre. Isso faz com que muitas pessoas nos chamem de pretensiosas, antipáticas, convencidas, vadias e muitas, muitas outras coisas. É tudo verdade, somos mesmo. Mas é pra quem pode, não pra quem quer

Courtney Michelle Love.